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Cooperativas estimulam a reconstrução do Estado e preveem crescimento médio de 6,9% em 2024

29 de janeiro de 2025 às 11:37

Resultado positivo é puxado sobretudo pelo ramo de crédito, que compensou as perdas sofridas nas lavouras; cooperativismo teve papel decisivo no apoio às vítimas atingidas pela enchente

Com atuação decisiva na mitigação dos efeitos da estiagem e da enchente, na retomada dos negócios e na própria reconstrução do Rio Grande do Sul, o cooperativismo gaúcho deve registrar crescimento médio de 6,9% em 2024. O resultado positivo está sendo puxado especialmente pelo desempenho do ramo de crédito, que compensou as perdas sofridas nas lavouras. Em termos nominais, o cooperativismo gaúcho espera faturar R$ 92,3 bilhões no período. Analisando o cenário de dificuldades e de superação, o presidente do Sistema Ocergs, Darci Hartmann, comemora a tendência de crescimento das cooperativas e destaca as ações de solidariedade capitaneadas pelo setor.

“O ano de 2024 pode ser dividido em três partes. Na primeira, tivemos uma grande estiagem. Depois, a enchente. E, por último, a retomada e a volta à normalidade. Considerando as dificuldades que tivemos no ano passado, com grandes alagamentos, destruição de estruturas, perda de maquinário e comprometimento de dezenas de rodovias, o resultado construído pelo cooperativismo gaúcho é extraordinário”, avalia Darci.

“Crescemos sem descuidar do nosso compromisso de promover o desenvolvimento econômico e social das comunidades onde atuamos. No momento mais duro da enchente, o cooperativismo gaúcho se mobilizou e mostrou novamente que a sua vocação é estender a mão para que o coletivo se fortaleça. Em parceria com a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), entregamos toneladas de alimentos, produtos de limpeza e itens básicos a quem mais precisava naquele período crítico”, complementa o presidente do Sistema Ocergs.

Conforme o Plano Gaúcho de Cooperativismo RSCOOP150, o objetivo das cooperativas gaúchas é alcançar o faturamento de R$ 150 bilhões até 2030.

 

Crédito

Com forte presença no interior do Estado, inclusive em dezenas de municípios gaúchos onde são a única instituição financeira instalada, as cooperativas de crédito planejam faturar 14% a mais em 2024 na comparação com o ano anterior, em perspectiva conservadora. Diferentemente dos bancos privados ou públicos, as sobras obtidas com os resultados positivos são distribuídas aos associados e reinvestidas no desenvolvimento das comunidades.

Conselheiro do Sistema Ocergs e presidente da Central Sicredi Sul/Sudeste, Márcio Port observa que as cooperativas de crédito foram as maiores repassadoras do Pronampe no Rio Grande do Sul durante a enchente. O Sicredi, por exemplo, foi o maior operador financeiro da linha do BNDES para reconstrução. Port avalia que o cooperativismo de crédito é parte fundamental da retomada de negócios afetados pela enchente.

“Conseguimos atenuar bastante os efeitos da enchente com a atuação das cooperativas, que tiveram acesso a todas as linhas de crédito do governo federal. Também fizemos um trabalho muito forte junto aos municípios atingidos, fazendo com que os recursos chegassem a quem mais precisava. Essa proximidade é um dos diferenciais das cooperativas. Vários dos nossos dirigentes foram atingidos pela enchente ou ficaram desabrigados. Eles viram a dificuldade que o associado estava passando, e isso permitiu uma resposta mais rápida e certeira”, avalia Port.

 

Saúde

Após as dificuldades enfrentadas no período da pandemia, quando houve represamento de procedimentos e alta nos custos dos insumos, o ramo da saúde espera obter avanço de 11% em relação a 2023. Segundo o conselheiro do Sistema Ocergs e presidente do Instituto Unimed/RS, Alcides Mandelli Stumpf, o setor superou as dificuldades e voltou ao patamar de “normalidade”.

“Em torno de 85% de nossos planos são empresariais, convênios que as empresas têm com as cooperativas de saúde. Por isso, dependemos muito do desempenho da economia de forma geral. Como houve estabilização e aumento do número de pessoas contratadas com carteira assinada, aumentou o nosso montante de conveniados”, explica Alcides.

 

Infraestrutura

As enchentes e os temporais do ano passado geraram altos custos e demandaram tempo de recuperação às cooperativas de Infraestrutura, que atuam sobretudo no setor de energia. Apesar disso, o ramo deverá crescer 6% em 2024. O conselheiro do Sistema Ocergs e presidente da Certel, Erineo Hennemann, avalia que houve avanços significativos na integração entre as cooperativas e no atendimento aos associados, tornando o modelo de gestão ainda mais participativo e eficiente.

“Hoje as cooperativas estão sendo reconhecidas como prestadoras de serviços diferenciadas, comparado a outras distribuidoras. Nós temos um modelo de negócio em que o associado pode se manifestar e é ouvido. As assembleias são feitas de forma presencial. Isso dá uma nítida impressão de que o associado faz parte da sua cooperativa”, observa Erineo.

 

Transportes

Com crescimento previsto em 5%, o ramo Transportes comemora o avanço da intercooperação, que teve um forte impulso em 2024 em meio à enchente. O conselheiro do Sistema Ocergs e presidente da Cooperativa dos Transportadores de Ibiraiaras (Cotraibi), Roberto Brezolin, atribui o resultado positivo à competitividade e à eficiência das cooperativas de transporte, fatores que garantem a fidelização de clientes.

“Tivemos um ano muito bom, apesar do preço do diesel, do frete baixo e dos problemas de infraestrutura. Com a interrupção do trânsito em várias estradas, tivemos de fazer viagens maiores. Agora, felizmente, a infraestrutura está se recuperando. O nosso diferencial é fazer um trabalho muito bem feito. Cumprimos os prazos, fizemos acontecer”, analisa Brezolin.

 

Trabalho, Produção de Bens e Serviços

Em 2024, o ramo Trabalho, Produção de Bens e Serviços deverá crescer 3%. A conselheira do Sistema Ocergs e presidente da Cooperativa de Trabalho, Produção e Comercialização dos Trabalhadores Autônomos das Vilas de Porto Alegre (Cootravipa), Imanjara Marques de Paula, observa que o setor demonstrou, no ano passado, grande capacidade de adaptação, incorporando novas tecnologias e práticas que fortalecem a competitividade e a sustentabilidade.

“A Cootravipa desempenhou um papel essencial na reconstrução de Porto Alegre, com nossos cooperados na linha de frente, limpando vias, recuperando espaços públicos e ajudando as comunidades mais atingidas. Foi um momento que evidenciou o compromisso e a resiliência de todos os envolvidos. A força das cooperativas está justamente na capacidade de unir pessoas em torno de objetivos comuns, criando soluções inovadoras e gerando impactos positivos nas comunidades”, afirma Imanjara.

No ramo Trabalho, Produção de Bens e Serviços, há cooperativas que atuam na área de educação. Conselheiro do Sistema Ocergs e presidente da Cooperconcórdia, Alexandre Dall’Agnese afirma que há escolas no modelo cooperativo que cresceram próximo a 15% em 2024. De outro lado, o principal desafio avistado pelo setor para 2025 é a posição do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) sobre a manutenção do enquadramento das organizações como entidades sem fins lucrativos.

“Estão tentando nos enquadrar como empresas que geram lucro. Nós somos cooperativas, que geram sobras aos associados. Estamos mobilizando a classe política, o Sistema Ocergs e a OCB para evitar uma mudança que atinja negativamente as cooperativas de educação”, explicou Dall’Agnese.

 

Agropecuário

Ainda que afetado pelas intempéries climáticas e pela redução dos preços dos grãos, o ramo Agropecuário deve crescer 2%. A recuperação do Agro se deve principalmente ao desempenho de cooperativas que, em 2023, haviam sido fortemente impactadas pela estiagem e, em 2024, superaram as expectativas de recuperação, especialmente no setor vitivinícola.

“No Rio Grande do Sul, o produtor rural ainda enfrenta muitas dificuldades em razão de tudo o que aconteceu nos últimos anos. Agora, temos pela frente a previsão de mais uma estiagem, que pode afetar a safra, enquanto os preços seguem estacionados”, comenta o presidente da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado do Rio Grande do Sul (FecoAgro/RS), Paulo Pires.

Ciente das dificuldades enfrentadas no campo, o Sistema Ocergs tem se mobilizado para sensibilizar o poder público em busca de soluções que aliviem o endividamento dos produtores rurais. Em dezembro passado, o gerente de Relações Governamentais do Sistema Ocergs, Tarcísio Minetto, representou o setor em audiência com o vice-presidente Geraldo Alckmin, em Brasília. Uma das propostas é para que as cooperativas possam tomar financiamentos direto do BNDES, sem o intermédio de bancos, e também possam fazer a renegociação com seus associados.

“Temos de pensar em condições especiais para as cooperativas do Rio Grande do Sul diante do cenário vivido recentemente. O Sistema Ocergs continua em tratativas com o governo federal buscando alternativas para as cooperativas e para os associados atingidos pelas catástrofes”, destaca Minetto.

 

Ano Internacional das Cooperativas

A Organização das Nações Unidas (ONU) declarou 2025 como Ano Internacional das Cooperativas, uma oportunidade para que o mundo inteiro conheça mais o cooperativismo e como esse modelo de negócio transforma a vida das pessoas e comunidades com empreendimentos coletivos que produzem de forma justa e sustentável.

O papel do Sistema Ocergs na promoção do cooperativismo no Rio Grande do Sul envolve ações de comunicação, engajamento e eventos, com foco em destacar o impacto positivo das cooperativas e ampliar a visibilidade do modelo de negócio.

Fonte: Sistema Ocergs/SescoopRS

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