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Como o cooperativismo se tornou a aposta do presente e futuro

22 de julho de 2021 às 15:09

Competitividade, gestão democrática, participação, ganho proporcional ao esforço. Essas são algumas características do cooperativismo, modelo que, só no Brasil, emprega quase 430 mil pessoas. O cooperativismo é o modelo que pode ser o futuro. Quem explica as razões dessa perspectiva é Marcelo Vieira Martins, CEO da Unicred União e colunista do portal, nesse Economia SC Drops.

Confira:

Como o cooperativismo pode fortalecer a competitividade no mercado?

Marcelo: O cooperativismo sempre fortaleceu a competitividade em todos os mercados em que atua. É uma forma de organização baseada na livre associação entre pessoas com objetivos em comum, que no mercado atua com metas de performance semelhantes às de uma empresa. Onde há cooperativismo, há competitividade.

Quais as principais vantagens e pilares do cooperativismo?

Marcelo: A cooperação é a mais justa e equilibrada engrenagem produtiva criada pelo ser humano. Não existe nenhum sistema mais próximo da meritocracia do que o cooperativismo, pois nele o ganho é proporcional ao esforço de cada um. Sete princípios norteiam as cooperativas: livre adesão, gestão democrática, participação dos membros, autonomia e independência, educação, intercooperação e interesse pela comunidade. Eles foram criados no século 19 e permanecem mais atuais do que nunca.

O futuro é cooperativista? 

Marcelo: Não tenho dúvidas e vou exemplificar com um setor que conheço bem, o financeiro. O Banco Central quer dobrar a participação das cooperativas de crédito no sistema financeiro do país até 2022. Hoje o segmento representa pouco mais de 10% do bolo e a meta é que a fatia aumente para 20%. O objetivo é reduzir a alta concentração bancária brasileira, onde os cinco maiores bancos ficam com a maioria das operações, garantindo assim mais crédito e acesso das pessoas ao sistema financeiro.

Como o cooperativismo promove a inclusão social? E qual a importância dele nesse ponto?

Marcelo: As cooperativas desenvolvem as regiões onde atuam pelo simples fato de que a riqueza gerada é reinvestida no próprio lugar. Vários estudos indicam uma relação direta entre cooperativismo e desenvolvimento humano. Regiões com maior concentração de cooperativas exibem índices melhores de trabalho e oportunidades.

Qual a força do cooperativismo? 

Marcelo: Existem 3 milhões de cooperativas no mundo, atuando em áreas que vão do atendimento médico à produção de hortaliças, do crédito financeiro à geração de energia elétrica. Costumo afirmar que a flexibilidade é a alma do cooperativismo, pois se trata de uma forma de organização capaz de ser a melhor resposta coletiva para os mais diversos cenários. Sou um dos 280 milhões de pessoas que o cooperativismo emprega no planeta, o que corresponde a 10% da população economicamente ativa mundial. No Brasil, as cooperativas geram 427,6 mil postos diretos de trabalho.

Fonte: MundoCoop.

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