2020, um ano de grandes conquistas no cooperativismo
9 de dezembro de 2020 às 14:13
Juros baixos e alta do aluguel colaboram para vendas recordes no setor habitacional
O fortalecimento das cooperativas e a importância dessa rede para a economia do País ganhou destaque neste ano. Em meio à avalanche de desempregos, fechamento de empresas e desvalorização da moeda, o cooperativismo comemora o sucesso puxado, principalmente, pelos setores de crédito, agropecuário e habitacional.
“O cooperativismo já faz muita coisa boa – pelas pessoas, pelo nosso Brasil – e pode fazer ainda muito mais, afinal, ele une negócio com propósito! Propósito de fazer bem feito e não só para alguns, mas para muitos. No cooperativismo, a gente realmente cresce e ganha força juntos!” Assim se manifestou o presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, durante o Prêmio SomosCoop – Melhores do Ano, realizado no mês de novembro. Seis meses após a desestruturação do país, ocorrida pela crise pandêmica, o balanço é positivo, com superação de expectativas e boas perspectivas futuras.
Quando observado o setor de crédito durante o período desafiador da pandemia da covid-19, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, destacou recentemente a importância do cooperativismo e disse que, no último ano, o crescimento foi de 48,5% na carteira de crédito de pessoas jurídicas, quase o dobro do crescimento observado no setor financeiro em geral, de 26,5%.
Outro dado importante é que a contratação de crédito rural cresceu mais 36,4%. Isso sinaliza o interesse das cooperativas brasileiras investir cada vez mais na gestão de seus negócios, considerando, principalmente, o aumento das exportações.
E também na contramão dos infortúnios de 2020, o setor habitacional registrou os melhores números desde 2014. De acordo com a Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias, a venda de imóveis novos cresceu 13,5%. E, justamente, no terceiro trimestre – quando se falava em pico pandêmico – aconteceu o recorde histórico: um aumento de 39,7% com relação ao ano anterior.
A queda dos juros e a alta do aluguel contribuíram muito para que as pessoas tomassem, enfim, a decisão de comprar a casa própria. “Também temos que considerar que o coronavirus trouxe reflexões. O medo fez com que as pessoas pensassem mais sobre a vida que levam e a vida que querem ter, e me parece que partiram para a ideia de ter ao menos um lugar seguro para ficar”, ponderou Carlos Massini, diretor executivo da CICOM, cooperativa habitacional de Guarulhos.
As adesões no cooperativismo habitacional crescem pelas inúmera facilidades que o segmento com credibilidade oferece como imóveis a preço de custo, facilidade de adesão e prazo de pagamento. Aderir à aquisição no modelo de cooperação foi a opção de Ângelo Mário Eduardo de Oliveira, 1º Sargento da Polícia Militar de São Paulo. Ele, que sempre almejou a compra da casa própria, viu no momento a oportunidade para adquirir o seu imóvel. “Representa um avanço nas conquistas para o policial que precisa para sair do aluguel”, declarou sugerindo que outros colegas também pegam carona na onda dos juros baixos e na confiança do sistema oferecido pela Cicom.
Carlos Massini avalia o atual cenário: “não podemos negar nossas incertezas. Como todos, também fomos impactados, especialmente nos primeiros meses do ano. Mas essa retomada mostra não só a força do mercado imobiliário e das cooperativas habitacionais, mas os reais interesses da população. Num momento de empregos temporários e queda da renda familiar, o brasileiro quer investir no que é seu. E trocar o aluguel por uma prestação, ainda mais com as vantagens dos juros baixos, é uma excelente escolha”, confirmou.
Dados atualizados, do setor imobiliário, mostram ainda que os empreendimentos voltados para a baixa renda registraram elevação de 14,5% no terceiro trimestre e 8,6% no acumulado em 12 meses. Já as vendas deste tipo cresceram 50,3% no terceiro trimestre de 24,7% nos últimos 12 meses.
O quarto semestre também começou com saldo positivo e os apartamentos de dois quartos foram os mais vendidos em outubro, totalizando 54% do total de imóveis residenciais. A maioria no valor de até R$240 mil.